terça-feira, 19 de agosto de 2014

Informe da Estadual do SINTE

Isenção de Responsabilidade: Governo abrace você uma escola

Está tramitando, na Assembleia Legislativa, o substitutivo global ao PL./0573.0/2011, intitulado Abrace uma Escola, que já foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça. A justificativa do proponente do projeto é de que “a administração pública apresenta grande dificuldade em obter recursos para incrementar ainda mais a educação básica em nosso estado”.
O projeto trata da parceria entre o governo do Estado e empresas privadas, para manutenção e reforma de escolas públicas, dando a empresa colaboradora o direito a:
- Utilizar o nome ou imagem da escola beneficiada, em sua publicidade institucional;
- Fixar placa no prédio principal da escola, alusivo à sua participação no PAE;
- Divulgar seu nome ou marca no mobiliário, equipamentos eletrônicos ou de informática, materiais escolares e esportivos doados.
De acordo com o parecer favorável do Secretário da Educação Eduardo Dechamps, o objetivo da SED é “construir parcerias com a comunidade para que se resgate o sentido de Escola de todos para todos”. Em nossa opinião, o Estado quer se desresponsabilizar ainda mais de sua obrigação constitucional com a educação, e esta parceria é apenas uma forma de possibilitar as empresas a fazerem propaganda, usando o espaço das escolas, de forma muito barata, pois as doações serão abatidas no imposto de renda.
O fato mais grave é que, se abrirmos as portas, para que empresas privadas adentrem ao espaço escolar, colocando suas marcas, via doações, corremos o sério risco de perder o pouco da autonomia que a mesma tem, pois existe uma grande possibilidade de as mesmas ficarem nas mãos de entidades privadas, como já vem ocorrendo em escolas paulistas. Lembramos que já temos a merenda escolar terceirizada, e sua relação com a escola é muito complicada, pois os funcionários das privatizadas não sentem parte da comunidade escolar.
Por outro lado, o PL 0187.5/2013, que dispõe sobre a destinação de 100% dos recursos dos royalties do pré-sal de Santa Catarina para a educação pública, um projeto que possibilitaria o pagamento de um salário digno ao magistério catarinense, sequer saiu da sala da Comissão de Constituição e Justiça.
Fica nítida, assim, a forma como a maioria dos/as parlamentares da AL e o governo lidam com a situação. De um lado, o governo quer isentar-se da responsabilidade com as escolas públicas, delegando a terceiros a manutenção das mesmas, e a AL, por sua vez, não analisa sequer a possibilidade de discussão em plenário de um projeto que beneficiaria a sociedade, como um todo, especialmente, os/as trabalhadores/as em educação.
Não podemos permitir que PL/0573.0/2011, intitulado Abrace uma Escola, seja aprovado, pois um projeto desta natureza representa uma clara ameaça à autonomia das escolas, e se contrapõe à política de Uma Escola Pública Gratuita e de Qualidade para Todos.

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