quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Informe da CNTE

Nota de Repúdio a Bolsonaro

A CNTE - Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação vem a público repudiar veementemente a violência verbal praticada pelo Deputado Jair Bolsonaro, contra a Deputada Maria do Rosário, na sessão de ontem, 9 de dezembro, na Câmara Federal.
É lamentável assistir à ofensa praticada pelo parlamentar, que se auto intitula defensor da família e do que ele chama de bons costumes, ao dizer à deputada Maria do Rosário que não a estupraria porque ela não merece, ao final da campanha dos 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, às vésperas do Dia Internacional dos Direitos Humanos, que fecha a Campanha. Maria do Rosário foi ministra dos Direitos Humanos e há muito tempo contribui com o tema no Brasil.
Milhares de brasileiros e brasileiras, inclusive jovens, foram expostos/as à essa demonstração pública de violência, agressividade e falta de decoro parlamentar, caracterizada no CAPÍTULO IV, DOS ATOS ATENTATÓRIOS AO DECORO PARLAMENTAR Art. 5º. Da RESOLUÇÃO Nº 25, DE 2011 que Institui o Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados.
Até que ponto será tolerado que parlamentares como o Deputado Jair Bolsonaro preguem em seus discursos tamanha incitação ao preconceito e violência contra as mulheres, quando o povo brasileiro elegeu pela segunda vez, uma mulher para o mais alto posto do país e tem se destacado em todas as áreas da política, ciência e tecnologia, empreendedorismo, nas artes, no esporte e quando as mulheres já são mais de 40% da força de trabalho na nossa sociedade?
Por todo o nosso trabalho diário com as crianças e jovens no sentido de formar cidadãs e cidadãos através da promoção da cultura da paz e do respeito às pessoas, nas comunidades onde estão inseridas as escolas nos mais de dois mil municípios do país, é que os/as trabalhadores/as em educação não podem se calar diante de fatos deploráveis que recorrentemente acontecem na Câmara Federal, transmitidos ao vivo e em cores nas sessões plenárias através dos canais de televisão e reproduzidos à exaustão nas mídias sociais: a violência verbal, a intolerância, a incitação ao ódio e ao preconceito, e a agressão gratuita em especial às mulheres parlamentares.
Exigimos respeito às parlamentares que foram legitimamente eleitas apesar de da desigualdade de condições em que concorrem ao parlamento com os homens, mas que com sua garra, determinação, compromisso, capacidade e combatividade, representam 51,5% da população brasileira.
A Câmara Federal não pode se tornar palco demonstrações de selvageria, onde várias parlamentares foram alvo da sanha sexista que se propaga e em que se comprazem parlamentares que prestam um desserviço à consolidação da democracia e da cultura da paz no nosso país.

Brasília, 10 de dezembro de 2014.

Diretoria Executiva

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