quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Informe da Estadual do SINTE

Matéria do DC anuncia que governo dará “Bolsas de Estudos” aos professores para mestrado e doutorado

A recente matéria publicada pelo Diário Catarinense, dando conta do anúncio feito no dia 15 de outubro, sobre o edital que garante licença remunerada, e não bolsas de estudo aos/as professores, para cursarem mestrado e doutorado, demonstra que o governo, além de estar muito atrasado em relação ao assunto, o número oferecido é simplesmente ridículo. Vejamos por que:

1- Se tomarmos como base a número de profissionais da rede, que chega a quase 50 mil, o percentual a ser atingido é ínfimo.

2- Os critérios estabelecidos, para que o projeto, para frequentar mestrado ou doutorado, seja aprovado, limitam grandemente a possibilidade de participação da maioria dos profissionais da educação.

3- A aprovação do/a candidato/a só ocorrerá, após avaliação da direção da escola e da SED, dando margem a beneficiar os/as profissionais que tenham uma relação mais próxima com as direções das escolas, o que, provavelmente, deixará de fora muitos bons projetos.

4- Um dos critérios é o número limitado de faltas, o que não leva em conta as Assembleias e mobilizações da categoria, punindo os/as que lutam por seus direitos.

5- Os profissionais que conseguiram cursar mestrado ou doutorado, no período anterior a este decreto, só o conseguiram, apelando à via judicial, pois a licença, um direito garantido pela LDB, estava sendo negada pelo governo.

6- Mesmo que o número de vagas aumente, de acordo com o secretário Deschamps, este número não ultrapassará a dois mil, o que equivale a aproximadamente 10% dos profissionais efetivos do Estado, que chega ao número de 22 mil (professores e consultores educacionais), o que não vai qualificar a educação no Estado. Vale lembrar que os trabalhadores/as ACTS não têm direito a concorrer a uma vaga para qualificação.

7- Se levarmos em conta o percentual de profissionais com mais tempo de carreira, que fizeram mestrado e doutorado, antes da normativa do governo, que impediram a frequência destes cursos de formação, e se encontram em vias de se aposentar, verificaremos que a oferta de vagas não vai cobrir sequer a saída destes/as profissionais.

8- O achatamento da tabela salarial aproxima quem tem mestrado ou doutorado de quem está iniciando a carreira. Assim, o percentual entre um nível e outro é muito pequeno, e não estimula o esforço e o investimento que será necessário para fazer o curso.

9- O governo propõe aumentar para 75% o número de pós-graduados, que atualmente está em 60%, ou seja, a contribuição real do governo, na qualificação destes profissionais, será de apenas 15%, em 10 longos anos. É preciso lembrar que esses/as 60% de profissionais fizeram sua formação sem estímulo algum, por parte do governo, pois esses cursos foram pagos, e ninguém conseguiu se licenciar para cursá-los. Se levarmos em conta o achatamento da tabela salarial, será necessário um longo período de tempo, para que tenham algum retorno de seu investimento.

Com relação à Proposta Curricular, é necessário que se deixe claro que não foi todo o magistério catarinense que discutiu e estudou tais propostas. Os 8 mil educadores que participaram do processo, conforme afirma o governo, não estão em sala de aula. Grande parte possui cargos comissionados, funções gratificadas (gestores), ou atuam dentro da Secretaria de Educação, e em outras funções, no governo do Estado. Foram selecionados ainda “especialistas” das diversas áreas do conhecimento, grande parte professores universitários. O que pode ser visto na foto dos sorridentes gestores clicada pelo DC:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Convênios médicos - valores - União Sindical