quarta-feira, 11 de março de 2015

Informe da Estadual do SINTE

Nota de Repúdio: SED ameaça com severas punições os trabalhadores/as que aderirem às aulas de 30 minutos

Imediatamente, após as decisões da Assembleia Estadual do Magistério, a Secretaria de Educação do Estado, através da Diretoria de Gestão de Pessoas, encaminhou, na manhã de hoje (11/03), uma “Nota Técnica” às GEREDs e escolas, ameaçando claramente as lideranças sindicais e trabalhadores/as que aderirem às aulas de 30 minutos, com processos administrativos.
Para o SINTE/SC, a justificativa dada pela SED de que os professores estariam descumprindo a Lei que garante as 800 horas de aulas é um tanto curiosa, isso porque o próprio governo, todos os dias, descumpre a mesma. Podemos exemplificar como:
- Várias escolas interditadas, por precariedade, problemas estruturais, onde as aulas são suspensas, e, muitas vezes, os professores são obrigados a repor as aulas, mesmo sendo o Estado o responsável por garantir um lugar seguro para trabalhadores/as e alunos;
- Escolas com turnos intermediários, quando os alunos perdem basicamente 1 hora por dia, pois a duração das aulas é de trinta a trinta e cinco minutos;
- Falta de professores/as. O próprio secretário da Educação, em reunião com o SINTE, afirmou que, mesmo com o ano letivo iniciado em fevereiro, até agora, o quadro não está completo, prejudicando milhares de alunos, por todo o Estado, que ficam no pátio da escola, e pelo, que sabemos, pátio não é sala de aula, sendo assim, as horas não estão sendo cumpridas.

Então, nesses casos, quem sofre o processo administrativo? Onde está o direito dos alunos às suas 800 horas? Por que o Estado não é responsabilizado por isso? O Ministério Público não deveria intervir também nessas situações?
O que observamos é que o governo adotou o autoritarismo, para coagir e intimidar os/as trabalhadores/as, com ameaças de punições e crescente assédio moral, por parte dos gestores nas escolas, SDRs e GEREDs, instaurando processos administrativos, que levaram à demissão de cinco trabalhadoras de Xanxerê e um de Florianópolis, além de vários casos de processos administrativos contra profissionais da educação, todos eles militantes atuantes do movimento sindical, deixando claro que a motivação foi política, e o Sindicato, através do Departamento Jurídico, luta para reverter.
O SINTE/SC reafirma que, em nenhum momento, deseja prejudicar os alunos. Entretanto, a morosidade desse governo em negociar com a categoria, num jogo de empurra e enrolação, desde 2011, nos levou a tomar medidas mais drásticas, pois a categoria não pode mais esperar.
O SINTE/SC repudia todo método punitivo e coercivo que o governo vem aplicando, a fim de coibir e livre organização sindical e o movimento de greve, garantido pela Constituição Federal.
Queremos dizer ainda à SED que não são as aulas de 30 minutos que causarão prejuízos ao processo de ensino e aprendizado, como mencionado na Nota, isso porque nossos trabalhadores são responsáveis e vão garantir a qualidade do conteúdo repassado aos estudantes.
O que prejudica, sim, o ensino e a aprendizagem são escolas desmoronando, falta de professores, trabalhadores cansados, desmotivados, desvalorizados em sala de aula. Estamos vivendo uma inversão de valores, onde o pedido de uma categoria toda por melhores condições de trabalho, salário e carreira se transforma em maneiras ditatoriais de punição, onde o medo deve prevalecer, diante da luta, onde o trabalhador/a é o carrasco e o governo, o justiceiro.

SINTE/SC

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