quarta-feira, 4 de março de 2015

Informe da Estadual do SINTE

Repúdio: Comentarista da RBS diz que ACTs trabalham 10 e ganham por 40 horas

Na manhã de hoje, foi ao ar, no programa Bom Dia Santa Catarina, na RBS TV, um comentário do jornalista Renato Igor, sobre a mobilização dos trabalhadores em educação. Uma fala que, no nosso entendimento, é tendenciosa/governista, e não demonstra a verdade sobre a contratação dos ACTs.
Para o Sindicato, não se trata apenas de uma negociação dos ACTS, são de todos os trabalhadores, porque o estudo da carreira, apresentado pelo governo, envolve todo mundo.
O comentarista diz, também, que é preciso negociar sempre, e que parece que as mobilizações e greves fazem parte do calendário, todos os anos. O SINTE afirma que, se faz parte do calendário, é porque o governo não cumpre com seu papel junto à categoria.
Numa clara defesa governista, Renato ressalta que o governo tem uma ideia de pagar pelo trabalho em sala de aula apenas (pagamento por hora aula), hoje o ACT é contratado 15 ou 20 horas, e, mesmo que não execute todas as horas, recebe integralmente por todo o período, mas não comenta, ou nem deve saber, que o professor tem uma carga horária de 10, 20, 30, ou 40 horas aula, e tem direito ainda a 1/3 de hora atividade, que deveria ser cumprida, mas o Estado não cumpre.
Em mais um desabafo para justificar o governo, ele solta: “De um lado, o governo, com inúmeras dificuldades financeiras, Lei de Responsabilidade Fiscal, gasto crescente com folha de pagamento, limite prudencial, crescente afastamento de professores por doença…” Se existe dificuldade financeira, é por má gestão dos governos, nos últimos 20 anos, visto que a receita corrente líquida (ICMS) teve aumento de 836%, em SC. Quanto à Lei de Responsabilidade Fiscal, limite prudencial, basta o Estado pagar menos para quem ganha muito, diminuir os altos cargos de confiança e reajustar para quem ganha menos. Se o problema é a gestão equivocada, é por incompetência do governo, não culpa do trabalhador.
Sobre a questão dos adoecimentos dos professores, é crescente o número de afastamentos, já que esses profissionais sofrem com as péssimas condições de trabalho oferecidas - excessiva carga horária de trabalho, baixos salários, assédio moral por parte dos diretores indicados politicamente. Desta forma, qualquer profissional fica doente.
O SINTE/SC é uma entidade que representa uma grande categoria, a maior do Estado, e não vai permitir que seus trabalhadores sejam tratados como quem ganha “sem trabalhar”. Reafirmamos que sempre estivemos prontos para negociar com esse governo. Entretanto, desde 2011, ano de uma grande greve, muitos pontos acordados entre Sindicato e Estado não foram cumpridos, e, a cada ano, mais novidades são apresentadas, para desvalorizar os trabalhadores em educação.
Como formador de opinião, é preciso ter cuidado, ao emitir juízo de valor a uma classe tão importante, e que tem, sim, o direito garantido, pela Constituição Federal, de se mobilizar e de entrar em greve, se assim for necessário.
É inaceitável que um Grupo de Comunicação, como a RBS, traga em seus conteúdos jornalísticos, totais inverdades, tendência e parcialidade, transformando trabalhadores em carrascos. Tão pouco um comentarista sabe do “fundo dos bolsos” e do dia-a-dia no chão da escola dos nossos professores, estes que enfrentam todos os dias muitas batalhas, para estarem em sala de aula, levarem conhecimento às crianças e jovens, e que querem uma educação de qualidade e igual para todos.
O SINTE repudia qualquer tipo de comentário que venha a atingir a imagem, a integridade da entidade e o caráter de toda uma classe trabalhadora.

Veja o vídeo: http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/bom-dia-santa-catarina/videos/t/edicoes/v/renato-igor-comenta-a-polemica-envolvendo-os-professores/4008418/

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