sexta-feira, 8 de maio de 2015

Informe da Estadual do SINTE

Ocupações na ALESC e SED fazem a diferença na mobilização dos professores de SC

Professores continuam acampados pela não retirada de direitos

Em busca de uma negociação com o governo, professores/as passam frio, encaram vento, noites ao relento, dormindo no chão. Essa é a atual situação vivida por profissionais acampados na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, há mais de 10 dias, e na área externa da Secretaria da Educação (SED), desde a última quarta-feira (6), em Florianópolis. A categoria não desocupará os espaço,s sem uma garantia de que o governo cumprirá a negociação. Cerca de 60 pessoas ocupam a Alesc e 30 estão na SED.
Professor João Gabriel
O professor João Gabriel Rempel, de Pinhalzinho, no oeste do Estado, está acampado pela segunda vez em frente à SED. Em 2011, ele também estava no movimento, mas não foram atendidos pelo governo, que prometeu negociar, após o fim da greve e não cumpriu. “Estamos aqui pedindo exatamente as mesmas coisas de 2011. O acampamento é marcante, as condições que vivemos aqui são extremas, enfrentamos vento forte e o frio, tudo isso para a sociedade perceba que a educação pede socorro”, diz.

Professora Zigue
As seis mulheres que estão no acampamento da SED contam apenas com banheiros químicos, e sem conforto, como é o caso da professora Zigue Timm, de Chapecó. “Essa ação de montar acampamento é para dar visibilidade ao movimento, as pessoas passam na rua e falam com a gente, isso é bacana. Não temos conforto, estamos longe de casa, da nossa família, mas vamos resistir, nós não sairemos daqui sem o governo nos garantir que não vai retirar nossos direitos conquistados com lutas ao longo de anos. O momento é de luta, aqui todo mundo coopera, uns trazem pão, outros usam a criatividade para fazer cartazes”, conta Zigue.

Professora Janine
Na Alesc, o grupo de 60 pessoas se espalha pelo hall de entrada, com seus colchões e sacos de dormir. Lá, eles promovem debates, atividades culturais e palestras, em clima amigável e descontraído. A professora Janine Steckert, de Sombrio, está em greve desde o dia 24 de março. Ela conta que, até o início desta semana, estava na sua cidade, apenas participando de atos regionais, mas, ao ver a luta dos companheiros, ela resolveu que deveria se juntar a eles. “Quando cheguei aqui (na Alesc), eu fiquei com medo, me senti mal, ao ver todos aqueles colchões no chão, meus colegas dormindo ali, os funcionários da Casa passando por nós, e fingindo que não estávamos ali. É duro isso. O professor segura tanta coisa dentro de uma escola, tantas dificuldades, e eu acabei me acostumando com isso, mas agora estou bem”, relata a professora Janine.

Professor Gerson
O professor Gerson Luiz Caldeira, de Florianópolis, está entre os acampados na Alesc. Ele pretende não deixar seu posto, enquanto não começarem as negociações. “Não é fácil estar aqui, ninguém quer sair do conforto de seu lar, para dormir no chão, em colchão inflável, mas viemos reivindicar nossos direitos, e não levantaremos acampamento, enquanto o governo não nos der garantias de negociação. Estou há 26 anos no magistério, e todas as nossas conquistas foram com lutas e greve. Até o nosso vale refeição, conquistamos com luta”, explica.
 
 
 
Se hoje está sendo possível uma reabertura de negociações com o governo do Estado, que, até então, permanecia na sua posição de não abrir as portas para a categoria paralisada, é por conta dos atos de coragem e determinação do magistério, por todo o Estado, em suas manifestações, passeatas, atos públicos, pressão em frente às GEREDs, na ‘cola’ do governador, por onde passa, e, claro, as ocupações, que se tornaram imprescindíveis, na esperança da negociação de uma carreira digna para os trabalhadores/as em educação de SC.  Continuamos na luta, por nossos direitos!

#grevesemmedo
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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