Em Santa Catarina, desde que o Governo do Estado
iniciou o processo de reenturmação nas escolas e os protestos se espalharam por
todo o Estado. Alunos, professores e pais decidiram que não aceitariam mais a
prática, que entra ano sai ano volta a se repetir.
Diante dos fatos, que repercutiram na imprensa e com
certeza atingiu a já pequena “popularidade” do Governador Colombo, juntamente
com intervenção do Ministério Público, amplamente acionado pelas comunidades
escolares e pelo SINTE em suas regionais, que, com base na Lei, emitiu
recomendação para que a reenturmação fosse suspensa, surtiu efeito, e isto já
está acontecendo em muitas cidades.
As mobilizações das escolas juntamente com a pressão
do sindicato e o parecer do MP, fizeram com que a Secretaria da Educação
emitisse ofício circular, orientando as GEREDs para cumprirem a Lei 170, que
menciona metragem de salas e limita números de alunos nas mesmas.
Contudo, o mais preocupante são os danos que a reenturmação pode causar na questão pedagógica dos alunos e no dia-a-dia dos professores nas escolas. Segundo Romualdo Portela de Oliveira, professor da Faculdade de Educação da USP, salas com excesso de alunos dificultam as condições de trabalho do professor e, além de atrapalhar o processo de aprendizagem do estudante, aumentam o estresse dos docentes. Em SP, por exemplo, são dadas, em média, 92 licenças por dia para professores com problemas emocionais, e em Santa Catarina não é diferente.
Célestin Freinet disse: "Em se tratando apenas
de instruir crianças, talvez se pudesse aceitar, em certos casos, que elas
fossem muitas”. Sabemos que hoje a escola não tem mais o papel de apenas
instruir sua função social vai muito além, pois ela funciona como elemento
agregador da comunidade no sentido de garantir às crianças e adolescentes o
direito universal de uma educação de qualidade e é principalmente neste sentido
que o SINTE/SC tem atuado.
Para a Profª. Verônica de Araújo Ozório, Bacharel
em Letras - UERJ e pós-graduada em Dificuldades de Aprendizagem – UERJ “a
escola sofre a exigência de desenvolver o pensamento crítico, o professor deve
ensinar o aluno a pensar, como este processo primordial da educação pode
ocorrer em uma sala de aula que muitas vezes apresenta mais de quarenta
alunos?! Como dar oportunidade a todos para se expressarem e ensinar aos alunos
como transmitirem as suas ideias? Educação é um processo que pressupõe relação.
Se a turma é muito grande, como o professor pode ter esta relação em uma turma
com excesso de alunos”?
Ela afirma ainda que, atualmente, há uma busca pela qualidade na área
educacional, e várias pessoas incluem nos seus discursos esta questão. O Brasil
alcançou já há algum tempo a oferta do número de vagas compatível ao número de
alunos a grande questão que se coloca é que todas as crianças precisam estar dentro
da escola.
Neste contexto, o desafio principal é garantir
aos/as alunos/as escolas bem estruturadas, prédios seguros, material escolar de
qualidade e em quantidade suficiente para suprir a demanda necessária,
professores/as habilitados/as e com carreira e salários dignos atuando em uma
única unidade escolar.
Ao usar a reenturmação como forma de cortar gastos
além de todos os problemas que expusemos acima, o governo cria a insegurança e
o caos entre os/as trabalhadores/as da educação, especialmente entre os/as ACTs,
setor mais vulnerável da categoria que em muitas situações diminuem o número de
aulas, e como seu contrato é temporário, perdem remuneração, ou simplesmente
são dispensados/as pelo fechamento de turmas.
Estes/as profissionais somam mais de um terço
dos/as professores/as da rede estadual e sem eles as escolas não funcionariam. Mesmo
assim, o governo trata este importante segmento com um descaso e um desrespeito
absurdos, como se fossem descartáveis.
Para o SINTE/SC não se trata apenas de medir salas
de aula ou contar alunos como se fosse gado num curral. O que está em jogo é o
emprego de muitos/as professores/as e a qualidade da educação em nosso estado.
Os pais, mães alunos e alunas entenderam muito bem o problema, por isto foram
às ruas em defesa de seus direitos e em apoio aos/as profissionais que são
responsáveis por sua formação escolar.
É muito lamentável como estes senhores tratam a Educação no estado, visto que estão meramente preocupados com o "impacto na folha"... Por que, então, com aval legislativo e executivo, os nobres deputados estaduais aumentaram seus salários? Não foi impactante?
ResponderExcluirEssas pessoas são de um fisiologismo tal, que nem o "Bastião" entende!
Revitalizar o quê, que esses senhores querem? Sabemos tratar-se de embromação.
Vejamos: esse tal de Coner não se sabe nem prá que veio, e agora cria-se um grupo da secretaria prá quê? Esse pessoal do ex-coner, recebeu prá nos enrolar por esses meses?
Não custa indagar: Onde está o MP, o Sinte, as Ongs defensoras da Educação, que não "pediram a cabeça" do sr. "Comlombo" e sua trupe? É muita hiprocrisia das autoridades educacionais e institucionais que "defendem e elevam a Educação"! É palhaçada, e nós contribuintes, assistimos passivos na arquibancada!!!!
"Os poderosos podem esmagar as rosas, mas não podem deter o resplendor da primavera".
A luta continua amigos.
Abraços.