Nota
de Repúdio a Bolsonaro
A
CNTE - Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação vem a
público repudiar veementemente a violência verbal praticada pelo
Deputado Jair Bolsonaro, contra a Deputada Maria do Rosário, na
sessão de ontem, 9 de dezembro, na Câmara Federal.
É
lamentável assistir à ofensa praticada pelo parlamentar, que se
auto intitula defensor da família e do que ele chama de bons
costumes, ao dizer à deputada Maria do Rosário que não a
estupraria porque ela não merece, ao final da campanha dos 16 Dias
de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, às vésperas
do Dia Internacional dos Direitos Humanos, que fecha a Campanha.
Maria do Rosário foi ministra dos Direitos Humanos e há muito tempo
contribui com o tema no Brasil.
Milhares
de brasileiros e brasileiras, inclusive jovens, foram expostos/as à
essa demonstração pública de violência, agressividade e falta de
decoro parlamentar, caracterizada no CAPÍTULO IV, DOS ATOS
ATENTATÓRIOS AO DECORO PARLAMENTAR Art. 5º. Da RESOLUÇÃO Nº 25,
DE 2011 que Institui o Código de Ética e Decoro Parlamentar da
Câmara dos Deputados.
Até
que ponto será tolerado que parlamentares como o Deputado Jair
Bolsonaro preguem em seus discursos tamanha incitação ao
preconceito e violência contra as mulheres, quando o povo brasileiro
elegeu pela segunda vez, uma mulher para o mais alto posto do país e
tem se destacado em todas as áreas da política, ciência e
tecnologia, empreendedorismo, nas artes, no esporte e quando as
mulheres já são mais de 40% da força de trabalho na nossa
sociedade?
Por
todo o nosso trabalho diário com as crianças e jovens no sentido de
formar cidadãs e cidadãos através da promoção da cultura da paz
e do respeito às pessoas, nas comunidades onde estão inseridas as
escolas nos mais de dois mil municípios do país, é que os/as
trabalhadores/as em educação não podem se calar diante de fatos
deploráveis que recorrentemente acontecem na Câmara Federal,
transmitidos ao vivo e em cores nas sessões plenárias através dos
canais de televisão e reproduzidos à exaustão nas mídias sociais:
a violência verbal, a intolerância, a incitação ao ódio e ao
preconceito, e a agressão gratuita em especial às mulheres
parlamentares.
Exigimos
respeito às parlamentares que foram legitimamente eleitas apesar de
da desigualdade de condições em que concorrem ao parlamento com os
homens, mas que com sua garra, determinação, compromisso,
capacidade e combatividade, representam 51,5% da população
brasileira.
A
Câmara Federal não pode se tornar palco demonstrações de
selvageria, onde várias parlamentares foram alvo da sanha sexista
que se propaga e em que se comprazem parlamentares que prestam um
desserviço à consolidação da democracia e da cultura da paz no
nosso país.
Brasília,
10 de dezembro de 2014.
Diretoria
Executiva
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