A cada 100 vítimas de homicídio no Brasil 71 são negras, os negros possuem 23,5% mais chances de serem assassinados em relação a brasileiros de outros grupos raciais. Enquanto o assassinato de mulheres não-negras diminuiu 7,4% entre 2005 e 2015 o de mulheres negras aumentou 22% no mesmo período. A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil. Mais da metade da população carcerária do país é composta por negros e pardos.
A equivalência salarial entre negros e brancos no país só será atingida em 2089, em 2015 a média salarial dos brasileiros brancos era R$1589, ante R$898 mensais dos brasileiros negros, em 2017 o rendimento médio de trabalhadores negros continuou inferior ao dos brancos: 1,5 mil ante 2,7 mil reais. A crise e o desemprego também atingiram com mais força a população negra, sendo a taxa de desocupação desses de 14,6% e dos brancos 9,9%. Apenas 10% dos livros brasileiros publicados entre 1965 e 2014 foram escritos por negros. Apenas 2% dos diretores de filmes nacionais são homens negros, e não há registro de nenhuma mulher negra nesse papel. Entre os roteiristas o percentual é de 4% de negros.
Esses são apenas alguns dos dados que demonstram o abismo existente entre negros e brancos no Brasil, e diante deles, precisamos sim falar de racismo.
O racismo é uma doença que há séculos assola o país e uma doença só pode ser tratada e curada quando assumimos que ela existe e reconhecemos suas causas.
É necessário lutar constantemente contra o racismo, e essa luta, sem sombra de dúvidas passa pela educação, sendo assim, o Sinte-SC reitera sua defesa na efetiva implementação da A Lei 10.639/03, que versa sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, ressaltando a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira.
Que as celebrações do dia 20 de novembro, que a luta do povo negro por igualdade, sua luta por existir, sua luta contra o genocídio de sua juventude seja abraçado por todos em uma batalha incansável contra o racismo!
Sandra Tolfo
Secretária de Políticas Sociais e de Gênero do Sinte-SC
Referências:
http://www.ipea.gov.br/portal/images/170602_atlas_da_violencia_2017.pdf
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36461295
https://www.cartacapital.com.br/sociedade/seis-estatisticas-que-mostram-o-abismo-racial-no-brasil
https://www.youtube.com/watch?v=lM2To-4c51M#action=share
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