Nada de novo foi
apresentado na reunião entre SINTE/SC e Governo do Estado realizada na SED
onde, além do Secretário Deschamps e de Décio Vargas, também estava presente a
"equipe técnica", formada pelas Diretorias de Educação Básica e
Gestão da Secretaria.
Inicialmente o SINTE/SC
questionou o fato de não ter ainda obtido resposta dos questionamentos feitos
pela entidade em ofício enviado em 12 de março, relacionados à 2ª etapa da
revitalização da Carreira do Magistério. A resposta do secretário da educação
foi de que os mesmos serão respondidos no decorrer das negociações da
descompactação da tabela.
EDUCACIONAL
O SINTE/SC encaminhou
inúmeras denúncias feitas pelas regionais, sobre problemas que estão ocorrendo em
escolas de várias regiões do Estado, como o fechamento de turmas do Ensino
Médio Inovador, turmas de anos iniciais com mais de 30 alunos em salas de 40 m²
descumprindo assim o disposto na Lei 170, que estabelece como critério o máximo
30 alunos por sala com metragem de 48 m², e que a manutenção das mesmas sem
desdobramento prejudica o desempenho tanto dos/as alunos/as quanto dos/as
professores/as. O Sindicato solicitou a posição oficial da SED e que a mesma
seja encaminhada as GEREDs e ao SINTE para que orientem suas regionais sobre
quais procedimentos devem ser feitos diante das denúncias.
De acordo com o Secretário
Deschamps as escolas devem obedecer a Lei 170, porém salientou que deve ser
levado em consideração o histórico do local (a possível evasão dos alunos/as
matriculados/as), alegando que é preciso gerenciar as matrículas para chegar a
um padrão ideal na relação professor/a / aluno/a.
Outro tema trazido
à reunião foi de como vem sendo feito o registro de presença dos profissionais
da educação nas escolas: livro ponto, fichas ou ponto eletrônico. Em algumas
escolas estão sendo adotadas fichas para registro que segundo o sindicato não dá
garantia aos trabalhadores, visto que, as mesmas podem ser perdidas ou
extraviadas, além disto, os/as mesmos/as estão sendo obrigados a colocar no
ponto o horário da assinatura e não a hora da chegada ao trabalho.
Nestes casos a
orientação da SED é de que seja cumprida a Legislação pelos Diretores, ou seja,
todo o trabalhador tem direito a assinar seu ponto no horário que chegou ao
local de trabalho, podendo ser adotado o livro, ou o ponto eletrônico. O
Secretário disse que esta orientação será reforçada junto aos/as diretores/as.
O SINTE também
cobrou da SED os problemas que alguns/umas trabalhadores/as estão tendo para
repor as faltas da greve de 2011, principalmente aqueles que estavam em licença
de saúde ou maternidade, e que muitos/as deles/as ainda estão sendo impedidos/as
de repor as aulas, pois algumas GEREDs e direções não aceitam o projeto de
reposição encaminhado pelos/as profissionais, descumprindo assim o acordo
firmado entre SED e o sindicato na mesa de negociação.
Deschamps afirmou
que o acordo de greve feito com o SINTE que garante a reposição via projetos deve
ser cumprido pelas GEREDS e Direções de escolas, para que estes/as
profissionais não sejam prejudicados/as em sua carreira.
Com relação à
escolha de vagas de ACTs, o sindicato falou sobre a chamada para a Educação
Carcerária que só ocorreu após o início do ano letivo e ainda não totalmente
preenchidas. Alertou também sobre as condições de trabalho que estes/as
profissionais enfrentam dentro do Sistema Carcerário, cobrando providências que
garantam sua integridade física.
Também foram
solicitados esclarecimentos sobre as verbas para projetos de Educação
Carcerária que foram disponibilizados pelo Governo Federal durante a crise do
setor de segurança pública, e como o governo pretende implementar estes projetos.
O Secretário afirmou que as verbas ainda não foram liberadas, e que estão sendo
mantidos contatos junto ao Governo Federal com os setores responsáveis pelo
assunto.
Alertamos também
para o problema recorrente das vagas escondidas pelas direções com o intuito de
beneficiar profissionais específicos/as chegando ao absurdo de afirmar que as
vagas de Coordenadores de Projeto do Ensino Médio são vagas que devem ser
preenchidas por indicação política e, portanto, não passariam pelo processo de
escolha. A este respeito à diretoria de gestão pessoal da SED orientou que
estas denúncias devem ser feitas diretamente a secretaria pelo email act@sed.gov.br
O SINTE solicitou
também que o governo realize uma segunda chamada do Concurso Público de 2012, já
que o número de vagas abertas é muito grande e ainda está longe de atingir a
demanda necessária, pois das duas mil vagas iniciais foram preenchidas somente mil e quinhentas. Foi constatado também
que o número de aposentadorias que ocorreram durante o período quase que
equivale ao número de profissionais contratados/as. O Secretário afirmou que o
problema já havia sido identificado e que está sendo vista a possibilidade de
uma nova chamada antes do final do ano.
2ª ETAPA DA REVITALIZAÇÃO DA CARREIRA
Na segunda parte
da reunião, Deschamps reforçou a ideia dos 45 dias para a conclusão da proposta
de tabela e ações da revitalização da carreira do magistério para 2014/15,
visando encaminhar a PL a ALESC até meados de maio para aprovação em regime de
urgência. Contudo o prazo foi questionado pelo SINTE, diante da grande
importância do projeto que trata da vida profissional dos/as trabalhadores/as da
educação, sendo praticamente impossível tomar decisões em tão pouco tempo.
Décio Vargas
ponderou que a pressa se deve ao fato do Estado estar alcançando o “limite
prudencial”, que está previsto para acontecer no próximo quadrimestre. Segundo
ele, ao atingir esse limite da Lei de Responsabilidade Fiscal, o Estado não
pode aprovar nenhum projeto de Lei. Para, o sindicato este é um problema do
Estado, e que a categoria não pode ser prejudicada com prazos apertados e tanta
urgência para definir toda a sua carreira. Diante da negativa do SINTE,
Deschamps afirmou que este prazo não é fechado e pode ser modificado conforme a
evolução das negociações.
A apresentação desta
2ª etapa não trouxe nada de diferente daquilo que já tinha sido mostrado:
parcelamento da descompactação (2014/15), adequação da regência privilegiando
professores em sala de aula, otimização da rede estadual: relação professor
aluno de 01/12 para 1/20 e ações que limitem o comprometimento do FUNDEB com
pessoal em 80%.
O tema regência de
classe é o ponto mais polêmico, pois o SINTE/SC não concorda em hipótese alguma,
com a incorporação da mesma, por se tratar de retirada de direitos da categoria.
Com relação à otimização da rede na relação professor/a aluno/a, os dirigentes
questionaram que para isso ser possível é necessário que sejam retirados do “bolo”
os profissionais da educação que estão em cargos comissionados, GEREDS, SDRS,
Assessores e Liberados, e que entrem nesta conta apenas os/as que estão atuando
nas escolas.
Para dar
continuidade ao processo, o Secretário solicitou ao SINTE que escolha quatro
representantes para participar da equipe de trabalho, junto aos técnicos da
SED, que avalie sua agenda para elaboração de cronograma de reuniões e também
apresente sua proposta.
AVALIAÇÃO DO SINTE/SC
Reunidos na sede
do sindicato após o encontro com o Governo, à diretoria executiva mantém sua
posição pela não retirada de direitos, e questionou se esse grupo de trabalho é
para negociação ou elaboração da proposta de revitalização. Para os dirigentes
ficou claro que a intenção do Estado usar a desculpa da Lei de Responsabilidade
Fiscal, para apressar a aprovação do projeto.
Nas falas, a
executiva também mencionou que a categoria está indignada com o insignificante
percentual de reajuste recebido na folha suplementar, e que o sindicato precisa
preparar os trabalhadores para um possível enfrentamento.
Sendo assim, ficou
definido que o SINTE/SC levará às posições de Governo a reunião do Conselho
Deliberativo, que acontece no próximo dia 13 de abril, para que as lideranças,
em conjunto, decidam se o sindicato deve ou não participar desta negociação.
"...Uma educação pública de alta qualidade melhoraria a qualificação, a produtividade e a inovação das empresas, e geraria ganhos expressivos à economia no médio prazo, com impacto positivo na arrecadação...."
ResponderExcluirConcordo com a sra. Estela, porém, há anos os governos não priorizaram o bem maior do estado, que é a educação, agora vem com estas milongas.... só prá baile, e olhe lá, ainda.
Enquanto a sociedade e os governantes continuarem com o enrolês de sempre, nada saíra igual ao qual precisamos. Urge termos políticas públicas voltadas à EDUCAÇÃO de fato e de direito, e não com "patos", digo, "pactos" não sei do que, prá que, e por quê.
Abraços.
"Não existe um libertador, o povo se liberta por si mesmo."