Os
discursos eleitoreiros de Bauer e Colombo
ao
Diário Catarinense sobre a educação
Bauer:
“Eu não desejo fazer, eu vou fazer. Não é uma intenção, é uma
realidade”.
Com
estas palavras, o candidato a governador Paulo Bauer, o mesmo que
quando secretário da Educação concordou com seu então governador
Luiz Henrique entrasse com a Ação de Inconstitucionalidade contra a
aplicação do Piso Nacional Profissional do Magistério, com a clara
intenção de não cumprir a lei. Este processo se arrastou de 2008 a
2011, quando o Supremo considerou a legalidade da lei, que deveria
ter sido aplicada em 2009, e isto não ocorreu, por força da ação
impetrada por Bauer e Luiz Henrique. Afirma que apenas dois mil
professores ganhavam salários abaixo do Piso, e por isso foi
necessário que o mesmo fosse implantado, e ainda justificou a
política de abonos aplicada durante sua gestão como secretário da
educação, afirmando serem os mesmos necessários para compensar
aqueles que recebiam um valor menor que o piso.
Em
nossa opinião, a fala de Paulo Bauer não passa de fanfarronice
eleitoral, pois, ou ele sofre de amnésia, ou não lembra que os
abonos batizados de Prêmio Educar, para os/as ativos/as, e Jubilar,
para os/as aposentados/as, eram dados a toda a categoria. Foi uma
estratégia pensada para fugir dos reajustes anuais pelo INPC, com
foco na não realização de concurso público de ingresso, o que
levou o Estado de Santa Catarina a ter a maioria dos/as professores
de seu quadro contratados em caráter temporário.
Foi
o início da política das aulas excedentes, em que o governo
ofereceu a possibilidade de ganhos financeiros. Ao começarem a
assumir mais e mais aulas, chegando a ministrar 40 horas semanais,
como forma de compensar a falta de reajustes, os/as professores/as
os/as professores/as acabaram perdendo sua hora atividade, que era de
30% das horas aula dadas. Este foi o início do desmantelamento da
carreira do magistério.
Colombo:
“Achatou a tabela. Isso é injusto, mas não tinha outro jeito”.
Colombo
justifica o achatamento da tabela ao percentual de reajuste
estabelecido para o piso. Esquece ele que, se o governo de sua
coalizão tivesse pagado o piso, quando este foi aprovado, o problema
não teria acontecido, e com um agravante maior, pois perdemos os
reajustes dos anos 2008, 2009 e 2010. A realidade é que o governo do
Estado vem empurrando com a barriga a discussão do plano de
carreira, pois, nas sucessivas mesas de negociação com o SINTE/SC,
não foi apresentada nenhuma proposta consistente que o Sindicato
possa levar em consideração, e vem punindo severamente os/as
trabalhadores que exercem seu direito constitucional de se reunirem
em atos, ou assembleias.
Para
nós a fala dos candidatos Bauer e Colombo, em suas entrevistas ao
DC, beira ao ridículo. Lembrando que o primeiro foi um dos
secretários da educação que mais penalizou o magistério
catarinense e o segundo, da mesma coligação, continuou com a
política de Luiz Henrique, e não deixou por menos, jogou a pá de
cal definitiva no plano de carreira, no momento em que achatou a
tabela salarial, não reconhece que o piso deve ser pago na carreira
e entende a hora atividade como hora relógio.
Ambos
com discurso superficial e sem compromisso, buscam justificar suas
ações, com falas de campanha eleitoral, aliás, que estamos
cansados de ouvir. O que queremos é o compromisso real de todos/as
os/as candidatos para com a educação, colocando-a em primeiro
plano, nas suas plataformas de governo. Gasto com a educação não é
despesa, e sim investimento no capital humano de nosso Estado.
Retórica
de candidato não vai resolver o problema. É preciso vontade
política, para fazer com que a educação catarinense alcance o
patamar de excelência, que seu povo merece.
SINTE/SC
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