Chamada Pública:
Por que ela acontece?
Para
qualquer atividade laboral, a profissionalização é algo
primordial. Quanto mais a sociedade avança no desenvolvimento
econômico e social, mais avança a exigência da qualificação
técnico-científica dos que atuam em todas as áreas. É uma
exigência impositiva, pois disso depende grande parte da qualidade
dos resultados do trabalho.
Esta
tendência é notória nos dias atuais, não por acaso multiplicam-se
os cursos profissionalizantes e programas governamentais para
possibilitar a formação técnica para quem deseja entrar no mercado
de trabalho. Até porque as empresas e instituições em geral,
somente contratam quem tem uma formação apropriada ao cargo que
aspira.
Nesta
linha, o que deveríamos esperar, das instituições públicas
estaduais de educação da educação básica, ou seja, das escolas
estaduais, que aparecem em qualquer discurso governamental, como
prioridade, e que são as instituições onde se formam a maioria dos
jovens catarinenses, sobretudo no Ensino Médio.
Obviamente,
é de se esperar que para atuar em uma dessas instituições, se
exija a formação adequada, ou seja, a licenciatura específica para
cada área e/ou nível de escolarização a que a escola se dedica. E
que os profissionais que aí trabalham, sejam titulares de seu cargo,
com plano de carreira e valorização salarial garantida.
Infelizmente,
ainda hoje, apesar de todo o progresso técnico-científico que
estamos testemunhando, o que temos nas escolas é um grande número
de trabalhadores com contratos de trabalho temporário, o que não
deixa de ser uma situação profissional precarizada, pois uma vez
encerrado o contrato, rompe-se os laços com a escola e com a
garantia de salário.
É
por considerar essa situação inadmissível, que o SINTE/SC
permanentemente, luta por concurso público, pela certeza de que esse
é o caminho para uma escola condizente com as necessidades da
sociedade contemporânea. Um profissional necessita ter segurança
para trabalhar com tranquilidade e um contrato temporário deveria
servir apenas para situações de exceção, jamais representar quase
a metade dos profissionais que estão nas salas de aula.
Mas
o que é ainda pior nesse cenário, é que uma vez esgotados os
selecionados no processo seletivo, as vagas remanescentes são
preenchidas por chamada pública. E nestes casos, tem ocorrido, que
se contrata pessoas sem o mínimo de formação necessária para
atuar no magistério.
Para
o Sinte/SC, o contrato por chamada pública sem critérios mais
rigorosos, é injusto para o estudante e ao trabalhador. Ao
estudante, porque não terá a condução do trabalho por um
profissional a altura, e ao trabalhador, por desempenhar uma função
para a qual não teve o preparo necessário, o que certamente o
levará a uma total frustração.
Além
de que, ao nosso ver trata-se de uma irresponsabilidade com a
educação, enquanto perdurar essa política de contingenciamento do
provimento dos cargos excedentes por concurso público, essa será a
realidade, pois nunca teremos um exército de mais de 20 mil ACTS,
licenciados, esperando para preencher uma vaga de trabalho
temporário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário