Painel
sindical defende mais união entre as entidades
O
risco de fragmentação dos movimentos sindicais, e o consequente enfraquecimento
da luta pelos direitos dos trabalhadores, as manifestações de rua em 2013 e o
baixo investimento em educação pública foram assuntos de destaque no painel
sindical realizado nesta sexta-feira, em Brasília, durante o 32º Congresso
Nacional da CNTE.
A
conquista de mais direitos para a classe trabalhadora vem se esbarrando, cada
vez mais, em divergências internas entre as próprias entidades sindicais. O
secretário de Relacões internacionais da CUT, João Felício, alertou para o
risco de fragmentação política dessas organizações. “A disputa não pode ser
entre a gente. Se não, seremos derrotados, e usados como instrumentos da
direita”. A construção de pautas unitárias e a realização de ações conjuntas é
uma das soluções apontadas pelos integrantes da mesa.
Enquanto
o Brasil investe apenas 950 dólares por ano para cada aluno matriculado na rede
pública, Cuba chega a pagar cerca de 3.300 dólares por pessoa, no mesmo
período. As informações trazidas pelo presidente do PSTU, José Maria de
Almeida, causaram indignação na plateia. “O Brasil é a sétima economia do
mundo, mas os governantes não sabem priorizar os investimentos”, disse. Para
ele, o problema da educação no Brasil não é a falta de recursos e sim o fato de
o governo escolher gastar menos com o que é mais importante.
Problemas
como esse levaram milhares de brasileiros às ruas no ano passado, como lembrou
a secretária de Políticas Públicas da CUT, Rosane Silva. “As manifestações de
2013 foram além da pauta trabalhista: os jovens reivindicaram melhorias na
saúde, mobilidade urbana e moradia”. Para ela, os oito anos de mandato de Lula
tiveram papel fundamental para o reconhecimento dos movimentos sociais. “Ele
abriu espaço para o diálogo permanente, aumentando nossa capacidade de luta”,
opinou.
O
presidente do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro
Borges, concorda. “Acho que o Brasil avançou na defesa dos direitos dos
Trabalhadores e nas políticas social e externa”. Mas Altamiro lamentou a falta
de mobilização em torno da democratização dos meios de comunicação no Brasil.
“A direita brasileira é muito forte”. Para ele, quando o assunto é mídia, “o
Brasil é a vanguarda do atraso”, criticou.
Secretário de Relações Internacionais da CUT, João Felício. |
Trabalhadores em educação de todo o País participam do Congresso. |
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