Nota
em resposta às publicações na coluna de Moacir Pereira
O SINTE/SC, entidade sindical de
quase 50 anos de fundação, desde a ALISC, sempre respeitou a
opinião dos mais diversos setores da sociedade, inclusive da
imprensa. Entretanto, não podemos aceitar que nossas palavras e
ações sejam tratadas fora de contexto e distorcidas da realidade.
Em duas edições do Jornal
Diário Catarinense, na Coluna do jornalista Moacir Pereira, o SINTE
foi citado. Sendo assim, de acordo com a Lei da Liberdade de Imprensa
– Lei 2083/53, Art 17, temos o direito à resposta.
Publicação do dia 23 de Maio:
Professores Dupla Derrota
Com relação aos Atos
Macrorregionais organizados pelo Sindicato nas cidades de
Florianópolis, Joinville, Chapecó e Lages, no último dia 21 de
maio, já era de conhecimento da entidade que os mesmos não teriam
participação massiva da categoria. Nosso principal objetivo era
dialogar com a sociedade, mostrando a ela o descaso do governo
estadual com a educação. Nestes atos foram distribuídos materiais
impressos que deverão ser entregues nas escolas para os pais de
nossos alunos.
O conteúdo de nossos materiais
mostra a verdade sobre a precarização das escolas por todo o
estado, situação bastante divulgada pela imprensa, inclusive pelo
Grupo RBS. Vale destacar que grande parte dessas escolas não possui
laudos do Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária, para seu
funcionamento, trazendo sérios riscos aos professores, funcionários
e alunos. Não há bibliotecas, e as que existem não passam de
depósitos de livros didáticos, os laboratórios de informática
carecem de equipamentos, pois são poucos computadores para muitos
alunos e a maioria delas também não possui laboratório de
ciências.
A política do Governo pune o
trabalhador da educação, além de negar o pagamento do Piso na
carreira, cerceia seu direito de liberdade a organização sindical,
pois ao participar dos atos, assembleias e seminários chamados pela
entidade, este profissional leva falta e além do desconto do seu
salário, repercute em sua carreira, pois impede sua progressão
funcional. A tentativa de negociação feita pelo SINTE com o governo
pela anistia das faltas das últimas mobilizações, mesmo após a
reposição dos dias parados, não foi atendida o que leva a
categoria a recuar para não ser mais prejudicada.
Para nós, trabalhadores, um
ato, seja qual for, mesmo com pouca adesão, não é uma derrota,
pois, sendo estes, atos de denúncia, cumpriram o objetivo de
informar a sociedade sobre o problema, que, aliás, foi bastante
receptiva à causa, e sabe muito bem o que acontece, pois são seus
filhos e filhas que frequentam estas escolas. Entendemos que a
derrota quem sofre é a educação pública, pela forma como vem
sendo tratada, não apenas pelo atual governo, mas pela ampla maioria
deles. A derrota quem sofreu e sofre é a sociedade catarinense, pelo
enorme prejuízo social, advindo das políticas equivocadas para a
educação.
Publicação do dia 27 de Maio:
Greves pelo Estado
Quanto à nota publicada pelo
SINTE, a qual defendemos o direito constitucional dos trabalhadores,
em reivindicarem condições decentes de salário e trabalho, dos
municipários de Blumenau, em greve desde o dia 21/05. Respeitamos
mas não concordamos com a forma colocada pela coluna que isenta o
poder público, jogando nos ombros dos trabalhadores toda a
responsabilidade pela situação, dando a entender que os direitos
das crianças e da população não estão sendo respeitados.
Lembramos que vivemos em um
Estado Democrático de Direito, e o direito dos trabalhadores deve
ser levado em conta e entre eles está o direito à livre
manifestação. O descaso da Prefeitura de Blumenau levou esses
profissionais ao enfrentamento, pois o poder público mantém uma
defasagem salarial de cerca de 30% que já dura 17 anos, e não
negocia com a categoria. Isso não é mencionado pela nota em
questão.
É função social da imprensa, divulgar, de forma clara e isenta, a verdade de ambos os lados, e a
tentativa de criminalizar os movimentos sociais, visando
desqualificar e marginalizar as lutas de classes e sindicais, não
contribui em nada para resolver as distorções existentes na
sociedade.
Cada vez mais, o SINTE/SC vem se
preocupando com a situação dos trabalhadores do Estado, e, com o
governo atual concorrendo à reeleição, ficamos ainda mais
apreensivos. O que será da educação nos próximos quatro anos? Por
isso, continuaremos com a nossa campanha de denúncias deste, ou
qualquer outro, governo, pois queremos mudanças para toda a
sociedade catarinense.
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