sábado, 27 de agosto de 2011

A Greve que abriu a caixa-preta de S/C.

A greve que abriu a ‘caixa-preta’ do estado    
Recentemente, vivenciamos um grandioso e justo movimento do magistério catarinense em defesa dos seus direitos, a greve que começou em 18 de maio e terminou em 18 de julho.
 
A greve foi legal e legítima por defender um direito já previsto em Lei Federal para uma categoria tão sofrida e desvalorizada, o piso salarial nacional do magistério público da educação básica. Não adianta falar em melhorias na educação, se o profissional do magistério continua mal remunerado e com os direitos aviltados. Educação pública tem de ser encarada como investimento e não como simples despesa.
 
Esse processo de greve foi muito elucidativo e pedagógico, pois foi nesse período que a população começou a ter acesso a dados e esmiuçar os investimentos em educação, bem como todo o orçamento público estadual.  Popularmente dizendo, foi aberta a caixa-preta do estado.   
 
O orçamento público, antes tratado como um debate reservado para poucos, começou a ser acompanhado e debatido por milhares de cidadãos catarinenses.  Despertou-se o interesse em saber quanto o Estado arrecada e quanto deixa de arrecadar, quem paga e quem não paga impostos, como e onde são investidos esses recursos. Discutiu-se Lei orçamentária, Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), percentuais de investimento em cada área da administração pública, isenções e benefícios fiscais, salários acima do teto constitucional, aposentadorias mal explicadas, a função de cada Poder do Estado, entre outras tantas coisas.
 
O magistério catarinense ainda não conseguiu obter na plenitude a pauta que levou deflagrar a greve, mas pode ter certeza que conseguiu uma vitória para a cidadania. Foi o agente principal para que tudo isso pudesse acontecer.
 
É necessário que todo esse debate continue a ser realizado e avance mais. Que os sindicatos, entidades estudantis, as associações e a população em geral façam parte desse processo para aumentar a democracia participativa.  Em nossa visão, o mandato parlamentar somente se justifica se for para tratar a administração pública com transparência e lutar pela conquista e o aprimoramento de direitos fundamentais.
 
Luciane Carminatti
Professora e Deputada Estadual

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