Repúdio:
Comentarista da RBS diz que ACTs trabalham 10 e ganham por 40 horas
Na
manhã de hoje, foi ao ar, no programa Bom Dia Santa Catarina, na RBS
TV, um comentário do jornalista Renato Igor, sobre a mobilização
dos trabalhadores em educação. Uma fala que, no nosso entendimento,
é tendenciosa/governista, e não demonstra a verdade sobre a
contratação dos ACTs.
Para
o Sindicato, não se trata apenas de uma negociação dos ACTS, são
de todos os trabalhadores, porque o estudo da carreira, apresentado
pelo governo, envolve todo mundo.
O
comentarista diz, também, que é preciso negociar sempre, e que
parece que as mobilizações e greves fazem parte do calendário,
todos os anos. O SINTE afirma que, se faz parte do calendário, é
porque o governo não cumpre com seu papel junto à categoria.
Numa
clara defesa governista, Renato ressalta que o governo tem uma ideia
de pagar pelo trabalho em sala de aula apenas (pagamento por hora
aula), hoje o ACT é contratado 15 ou 20 horas, e, mesmo que não
execute todas as horas, recebe integralmente por todo o período, mas
não comenta, ou nem deve saber, que o professor tem uma carga
horária de 10, 20, 30, ou 40 horas aula, e tem direito ainda a 1/3
de hora atividade, que deveria ser cumprida, mas o Estado não
cumpre.
Em
mais um desabafo para justificar o governo, ele solta: “De um lado,
o governo, com inúmeras dificuldades financeiras, Lei de
Responsabilidade Fiscal, gasto crescente com folha de pagamento,
limite prudencial, crescente afastamento de professores por doença…”
Se existe dificuldade financeira, é por má gestão dos governos,
nos últimos 20 anos, visto que a receita corrente líquida (ICMS)
teve aumento de 836%, em SC. Quanto à Lei de Responsabilidade
Fiscal, limite prudencial, basta o Estado pagar menos para quem ganha
muito, diminuir os altos cargos de confiança e reajustar para quem
ganha menos. Se o problema é a gestão equivocada, é por
incompetência do governo, não culpa do trabalhador.
Sobre
a questão dos adoecimentos dos professores, é crescente o número
de afastamentos, já que esses profissionais sofrem com as péssimas
condições de trabalho oferecidas - excessiva carga horária de
trabalho, baixos salários, assédio moral por parte dos diretores
indicados politicamente. Desta forma, qualquer profissional fica
doente.
O
SINTE/SC é uma entidade que representa uma grande categoria, a maior
do Estado, e não vai permitir que seus trabalhadores sejam tratados
como quem ganha “sem trabalhar”. Reafirmamos que sempre estivemos
prontos para negociar com esse governo. Entretanto, desde 2011, ano
de uma grande greve, muitos pontos acordados entre Sindicato e Estado
não foram cumpridos, e, a cada ano, mais novidades são
apresentadas, para desvalorizar os trabalhadores em educação.
Como
formador de opinião, é preciso ter cuidado, ao emitir juízo de
valor a uma classe tão importante, e que tem, sim, o direito
garantido, pela Constituição Federal, de se mobilizar e de entrar
em greve, se assim for necessário.
É
inaceitável que um Grupo de Comunicação, como a RBS, traga em seus
conteúdos jornalísticos, totais inverdades, tendência e
parcialidade, transformando trabalhadores em carrascos. Tão pouco um
comentarista sabe do “fundo dos bolsos” e do dia-a-dia no chão
da escola dos nossos professores, estes que enfrentam todos os dias
muitas batalhas, para estarem em sala de aula, levarem conhecimento
às crianças e jovens, e que querem uma educação de qualidade e
igual para todos.
O
SINTE repudia qualquer tipo de comentário que venha a atingir a
imagem, a integridade da entidade e o caráter de toda uma classe
trabalhadora.
Veja
o vídeo:
http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/bom-dia-santa-catarina/videos/t/edicoes/v/renato-igor-comenta-a-polemica-envolvendo-os-professores/4008418/
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