quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Congresso da CUT-SC inicia com destaque sobre a importância da união dos trabalhadores

União e enfrentamento foram as palavras mais pronunciadas na abertura do 12º CECUT de Santa Catarina
(Texto e fotos: Sílvia Medeiros/CUT-SC)

Com bandeiras vermelhas, cartazes com reivindicações e muita energia para lutar, mais de 450 trabalhadores e trabalhadoras, de todas as regiões de Santa Catarina, deram início ao 12º Congresso Estadual da CUT-SC – CECUT. O SINTE/SC participa do evento, com 79 delegados.
 O Congresso começou na manhã de hoje, no Hotel Canto da Ilha, em Florianópolis, e vai até a tarde do dia 21. Com o objetivo de definir as ações estratégicas da central e eleger a nova direção da CUT-SC, a maior central dos trabalhadores de Santa Catarina, reservou esses três dias para debates e avaliar suas ações, frente os recorrentes ataques aos direitos dos trabalhadores.
A mística de abertura trouxe como reflexão a importância da luta para garantia dos direitos dos trabalhadores, com imagens de crianças perguntando sobre direitos e de trabalhadores saindo do seu local de trabalho para ir à luta. O momento ficou marcado pela importância da unidade e de que é preciso força nesse período de enfrentamento.
A mesa de abertura contou com a representação de todos os ramos que compõem a CUT-SC, de representantes de movimentos sociais, dos deputados estaduais de Santa Catarina que são comprometidos com a pauta dos trabalhadores e da CUT nacional.
Vilson Santim coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra de Santa Catarina, MST, chamou á todos para a unidade. “Precisamos garantir a democracia, somente na democracia que podemos lutar, mas precisamos ampliar essa democracia que aí está. Esse é o momento de nos fortalecermos. Muita união, luta, esperança. Precisamos unir as forças, nas ruas e nas lutas!”, declarou Santim.
A assessora de Acesso a Direitos e Equidade da Organização dos Estados Americanos – OEA, Ideli Salvatti, que é catarinense e já fez parte da direção da CUT-SC, trouxe uma reflexão sobre os enfrentamentos que diversos países da América frente aos ataques do sistema capitalista. “Todos os governos compromissados e comprometidos estão tendo enfrentamento. Esse enfrentamento não é só agora e não só é aqui! Não existe na história do nosso país, nenhum outro momento que o mesmo projeto tenha se segurado no tempo que estamos segurando. É no voto que a gente ganha, é no voto que a gente segura.”, frisou a ex-ministra.
O comerciário de Xanxerê e presidente da CUT-SC Neudi Giachini, destacou a importância do Congresso para a classe trabalhadora catarinense. “O Congresso tem uma grande responsabilidade de pensar e construir políticas para os próximos quatro anos, anos estes que não serão fáceis. Teremos que fazer muita luta, muito enfrentamento para garantir os direitos que já temos e lutar por muitos outros”, declarou Neudi.
A agricultora familiar e Secretária de Comunicação da CUT nacional, Rosane Bertotti, chamou para que todos venham para a luta.  “Usamos a camisa vermelha com muito orgulho, já fizemos muita história, já conquistamos muito para a classe trabalhadora e vamos continuar a conquistar. Precisamos dizer para os nossos netos onde nós estávamos no momento da luta, é nossa responsabilidade deixar um país melhor para todos e todas”, salientou a catarinense.
Na programação do Congresso estão diversos debates e trabalhos de grupo para avaliação do texto que será o texto base para os próximos quatro anos. “O texto base escrito a muitas mãos, define o plano de lutas da central e os rumos da maior central dos trabalhadores de Santa Catarina”, explicou Neudi.

Lutar pelos direitos dos trabalhadores

Conjuntura nacional evidencia necessidade de luta nas ruas pela garantia de direitos e contra a criminalização do movimento sindical

Com muito chimarrão e bastante debate, o período da tarde de hoje, no 12º CECUT, ficou reservado para fazer uma avaliação da conjuntura nacional. Com a presença do bancário e presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas e José Álvaro Cardoso, economista do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – DIEESE, os delegados e delegadas do 12º CECUT puderam acompanhar diversos pontos de vista. Além dos dois companheiros, um representante de cada força política pode expor sua opinião sobre a atual situação econômica e política brasileira.
O economista do DIEESE falou sobre a atual situação econômica e sobre o clima de instabilidade criado pelos grandes grupos da mídia. Segundo ele, existem quatro interesses nessa crise política, além do Impeachment da presidenta Dilma e da desmoralização do Partido dos Trabalhadores, José Álvaro destacou que há um interesse em retirar todos os direitos conquistados pelos movimentos sindicais e sociais e, principalmente, interesse econômico de grandes grupos estrangeiros no capital do pré-sal. “O pré-sal tem um grande significado na economia brasileira, as reservas do pré-sal significam 30 trilhões de dólares, que equivale a 10 vezes o PIB brasileiro, é muita riqueza! É isso que eles disputam, quem vai se beneficiar dessa riqueza, o povo brasileiro com melhores políticas públicas ou os grandes empresários internacionais?”, salientou José Álvaro.
O presidente da CUT, Vagner Freitas pautou sobre a criminalização que estão fazendo com o movimento sindical. Vagner trouxe como exemplo a sua fala na semana passada, que causou grande furor da mídia conservadora, que maldosamente editou uma fala do bancário num ato com a presidenta Dilma, que a mídia explorou como que se o presidente da CUT estivesse chamando as pessoas para pegarem em armas para evitar o golpe. “Eles recortaram todo o contexto da minha fala, com a intenção de nos criminalizar. As armas que eu me refiro são as armas que nós sempre utilizamos, é a nossa organização enquanto classe trabalhadora, a nossa militância e o nosso enfrentamento ideológico contra a burguesia”, ressaltou Vagner que está sofrendo represálias e até ameaças de grupos intitulados “Caçadores de Comunistas”. “Não podemos ter medo. Aqui nós temos o couro muito grosso, ninguém intimida a CUT e nem a militância CUTista. Vamos nos unir mais do que nunca e mostraremos aos golpistas a força da nossa central”, frisou o bancário.
O presidente da maior central dos trabalhadores da América Latina, destacou ainda que a CUT não será omissa frente aos constantes ataques aos direitos dos trabalhadores. “Nós estamos na rua! Amanhã acontece o nosso ato que é contra a direita e pelos direitos, contra o golpe, contra a intolerância, contra o ajuste fiscal, pela reforma tributária, por uma reforma política, em defesa da Petrobras, por uma imprensa democrática”, se referiu Vagner ao Ato dos Movimentos Sociais programado para tarde de quinta-feira.
Após a exposição, representantes das diversas correntes políticas da CUT, puderam apresentar seu ponto de vista e o debate foi aberto para que os trabalhadores relatassem a sua visão da atual conjuntura do país.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Convênios médicos - valores - União Sindical