União
e enfrentamento foram as palavras mais pronunciadas na abertura do 12º CECUT de
Santa Catarina
(Texto
e fotos: Sílvia Medeiros/CUT-SC)
Com
bandeiras vermelhas, cartazes com reivindicações e muita energia para lutar,
mais de 450 trabalhadores e trabalhadoras, de todas as regiões de Santa
Catarina, deram início ao 12º Congresso Estadual da CUT-SC – CECUT. O SINTE/SC participa
do evento, com 79 delegados.
O Congresso começou na manhã de hoje, no Hotel
Canto da Ilha, em Florianópolis, e vai até a tarde do dia 21. Com o objetivo de
definir as ações estratégicas da central e eleger a nova direção da CUT-SC, a
maior central dos trabalhadores de Santa Catarina, reservou esses três dias
para debates e avaliar suas ações, frente os recorrentes ataques aos direitos
dos trabalhadores.
A
mística de abertura trouxe como reflexão a importância da luta para garantia
dos direitos dos trabalhadores, com imagens de crianças perguntando sobre
direitos e de trabalhadores saindo do seu local de trabalho para ir à luta. O
momento ficou marcado pela importância da unidade e de que é preciso força
nesse período de enfrentamento.
A
mesa de abertura contou com a representação de todos os ramos que compõem a
CUT-SC, de representantes de movimentos sociais, dos deputados estaduais de
Santa Catarina que são comprometidos com a pauta dos trabalhadores e da CUT
nacional.
Vilson
Santim coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra de Santa Catarina,
MST, chamou á todos para a unidade. “Precisamos garantir a democracia, somente
na democracia que podemos lutar, mas precisamos ampliar essa democracia que aí
está. Esse é o momento de nos fortalecermos. Muita união, luta, esperança.
Precisamos unir as forças, nas ruas e nas lutas!”, declarou Santim.
A
assessora de Acesso a Direitos e Equidade da Organização dos Estados Americanos
– OEA, Ideli Salvatti, que é catarinense e já fez parte da direção da CUT-SC,
trouxe uma reflexão sobre os enfrentamentos que diversos países da América
frente aos ataques do sistema capitalista. “Todos os governos compromissados e
comprometidos estão tendo enfrentamento. Esse enfrentamento não é só agora e
não só é aqui! Não existe na história do nosso país, nenhum outro momento que o
mesmo projeto tenha se segurado no tempo que estamos segurando. É no voto que a
gente ganha, é no voto que a gente segura.”, frisou a ex-ministra.
O
comerciário de Xanxerê e presidente da CUT-SC Neudi Giachini, destacou a
importância do Congresso para a classe trabalhadora catarinense. “O Congresso
tem uma grande responsabilidade de pensar e construir políticas para os
próximos quatro anos, anos estes que não serão fáceis. Teremos que fazer muita
luta, muito enfrentamento para garantir os direitos que já temos e lutar por
muitos outros”, declarou Neudi.
A
agricultora familiar e Secretária de Comunicação da CUT nacional, Rosane
Bertotti, chamou para que todos venham para a luta. “Usamos a camisa vermelha com muito orgulho,
já fizemos muita história, já conquistamos muito para a classe trabalhadora e
vamos continuar a conquistar. Precisamos dizer para os nossos netos onde nós
estávamos no momento da luta, é nossa responsabilidade deixar um país melhor
para todos e todas”, salientou a catarinense.
Na
programação do Congresso estão diversos debates e trabalhos de grupo para
avaliação do texto que será o texto base para os próximos quatro anos. “O texto
base escrito a muitas mãos, define o plano de lutas da central e os rumos da
maior central dos trabalhadores de Santa Catarina”, explicou Neudi.
Lutar
pelos direitos dos trabalhadores
Conjuntura
nacional evidencia necessidade de luta nas ruas pela garantia de direitos e
contra a criminalização do movimento sindical
Com
muito chimarrão e bastante debate, o período da tarde de hoje, no 12º CECUT, ficou
reservado para fazer uma avaliação da conjuntura nacional. Com a presença do
bancário e presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas e José Álvaro Cardoso,
economista do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos
Socioeconômicos – DIEESE, os delegados e delegadas do 12º CECUT puderam
acompanhar diversos pontos de vista. Além dos dois companheiros, um
representante de cada força política pode expor sua opinião sobre a atual
situação econômica e política brasileira.
O
economista do DIEESE falou sobre a atual situação econômica e sobre o clima de
instabilidade criado pelos grandes grupos da mídia. Segundo ele, existem quatro
interesses nessa crise política, além do Impeachment da presidenta Dilma e da
desmoralização do Partido dos Trabalhadores, José Álvaro destacou que há um
interesse em retirar todos os direitos conquistados pelos movimentos sindicais
e sociais e, principalmente, interesse econômico de grandes grupos estrangeiros
no capital do pré-sal. “O pré-sal tem um grande significado na economia
brasileira, as reservas do pré-sal significam 30 trilhões de dólares, que
equivale a 10 vezes o PIB brasileiro, é muita riqueza! É isso que eles
disputam, quem vai se beneficiar dessa riqueza, o povo brasileiro com melhores
políticas públicas ou os grandes empresários internacionais?”, salientou José
Álvaro.
O
presidente da CUT, Vagner Freitas pautou sobre a criminalização que estão
fazendo com o movimento sindical. Vagner trouxe como exemplo a sua fala na
semana passada, que causou grande furor da mídia conservadora, que maldosamente
editou uma fala do bancário num ato com a presidenta Dilma, que a mídia
explorou como que se o presidente da CUT estivesse chamando as pessoas para
pegarem em armas para evitar o golpe. “Eles recortaram todo o contexto da minha
fala, com a intenção de nos criminalizar. As armas que eu me refiro são as
armas que nós sempre utilizamos, é a nossa organização enquanto classe
trabalhadora, a nossa militância e o nosso enfrentamento ideológico contra a
burguesia”, ressaltou Vagner que está sofrendo represálias e até ameaças de
grupos intitulados “Caçadores de Comunistas”. “Não podemos ter medo. Aqui nós
temos o couro muito grosso, ninguém intimida a CUT e nem a militância CUTista.
Vamos nos unir mais do que nunca e mostraremos aos golpistas a força da nossa
central”, frisou o bancário.
O
presidente da maior central dos trabalhadores da América Latina, destacou ainda
que a CUT não será omissa frente aos constantes ataques aos direitos dos
trabalhadores. “Nós estamos na rua! Amanhã acontece o nosso ato que é contra a
direita e pelos direitos, contra o golpe, contra a intolerância, contra o
ajuste fiscal, pela reforma tributária, por uma reforma política, em defesa da
Petrobras, por uma imprensa democrática”, se referiu Vagner ao Ato dos
Movimentos Sociais programado para tarde de quinta-feira.
Após a exposição, representantes das diversas
correntes políticas da CUT, puderam apresentar seu ponto de vista e o debate
foi aberto para que os trabalhadores relatassem a sua visão da atual conjuntura
do país.
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