PEE: Meta sobre superação
das desigualdades não debate questão de gênero no currículo escolar
Na
sexta-feira, 21/08, aconteceu, em Florianópolis, a última audiência pública
para discutir o Plano Estadual de Educação de Santa Catarina. O evento reuniu
autoridades dos Poderes Legislativo e Judiciário, Secretaria da Educação,
lideranças sindicais, pais, estudantes, movimentos sociais e sociedade, em
torno das metas do PEE, para os próximos 10 anos, no Estado. O SINTE/SC esteve
representado pelos/as professores/as Claudete Mittmann, Alvete Bedin e Evandro
Accadrolli.
No
Plano, estão 19 metas, com 297 estratégias, entre elas, a meta 6, que fala sobre
a superação das desigualdades, tema mais comentado na Audiência, pois não está
sendo colocaao em pauta a discussão de gênero nas escolas. Nas falas de deputados,
professores e estudantes, ficou clara a importância do debate sobre
diversidade, respeito e tolerância, numa tentativa de combater o preconceito, o
machismo, e tratar sobre o padrão de família, nos dias atuais, já em sala de
aula. A deputada Luciane Carminatti falou que pesquisas apontam que 76% dos
lares brasileiros são cuidados por mulheres, sendo que, destes, 81,4% são as
meninas (filhas) que arrumam a cama e 65,6% limpam a casa, enquanto apenas
11,6% dos meninos (filhos) arrumam a cama e 11,2% limpam a casa.
Além
disso, a pesquisa traz outro dado amedrontador: 94% das jovens entrevistadas
afirmam que já ouviram assédio sexual, por parte de homens, e 39% sofrem
preconceito de gênero, o que mostra que o machismo afeta o desenvolvimento
humano. Com relação à homofobia, o Brasil está em 1º lugar, no ranking de
assassinatos homofóbicos do mundo, e, ainda assim, a escola não quer discutir o
tema.
De
acordo com a apresentação da SED, sobre o PEE, as metas e diretrizes do Plano
estão pautadas no Sistema Nacional de Educação, alinhado ao PNE, mas, levando
em conta a realidade de SC, e elaborado a partir das deliberações e análises
dos CONAES – Conferências Nacionais de Educação, FEE – Fórum Estadual de
Educação e CEE – Conselho Estadual de Educação -, as decisões foram
questionadas, visto que a proposta inicial era de 18 encontros (Audiências
Públicas), para debater o PEE com a sociedade, e, principalmente com os
professores, já que, após a greve, muitos estão em processo de reposição, e não
puderam acompanhar os debates.
Ainda, sobre os trabalhadores/as em educação, na
meta 19, no item 21.1, está sendo proposta emenda para que o recurso do
pré-sal, que deverá ir para a educação, sirva também para a valorização
salarial dos professores/as, Plano de Carreira decente, implantação da educação
integral e o incentivo à dedicação exclusiva, para que os/as trabalhadores/as
criem vínculos mais fortes com a escola.
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