segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Informe da Estadual do SINTE

PEE: Meta sobre superação das desigualdades não debate questão de gênero no currículo escolar

Na sexta-feira, 21/08, aconteceu, em Florianópolis, a última audiência pública para discutir o Plano Estadual de Educação de Santa Catarina. O evento reuniu autoridades dos Poderes Legislativo e Judiciário, Secretaria da Educação, lideranças sindicais, pais, estudantes, movimentos sociais e sociedade, em torno das metas do PEE, para os próximos 10 anos, no Estado. O SINTE/SC esteve representado pelos/as professores/as Claudete Mittmann, Alvete Bedin e Evandro Accadrolli.
No Plano, estão 19 metas, com 297 estratégias, entre elas, a meta 6, que fala sobre a superação das desigualdades, tema mais comentado na Audiência, pois não está sendo colocaao em pauta a discussão de gênero nas escolas. Nas falas de deputados, professores e estudantes, ficou clara a importância do debate sobre diversidade, respeito e tolerância, numa tentativa de combater o preconceito, o machismo, e tratar sobre o padrão de família, nos dias atuais, já em sala de aula. A deputada Luciane Carminatti falou que pesquisas apontam que 76% dos lares brasileiros são cuidados por mulheres, sendo que, destes, 81,4% são as meninas (filhas) que arrumam a cama e 65,6% limpam a casa, enquanto apenas 11,6% dos meninos (filhos) arrumam a cama e 11,2% limpam a casa.
Além disso, a pesquisa traz outro dado amedrontador: 94% das jovens entrevistadas afirmam que já ouviram assédio sexual, por parte de homens, e 39% sofrem preconceito de gênero, o que mostra que o machismo afeta o desenvolvimento humano. Com relação à homofobia, o Brasil está em 1º lugar, no ranking de assassinatos homofóbicos do mundo, e, ainda assim, a escola não quer discutir o tema.
De acordo com a apresentação da SED, sobre o PEE, as metas e diretrizes do Plano estão pautadas no Sistema Nacional de Educação, alinhado ao PNE, mas, levando em conta a realidade de SC, e elaborado a partir das deliberações e análises dos CONAES – Conferências Nacionais de Educação, FEE – Fórum Estadual de Educação e CEE – Conselho Estadual de Educação -, as decisões foram questionadas, visto que a proposta inicial era de 18 encontros (Audiências Públicas), para debater o PEE com a sociedade, e, principalmente com os professores, já que, após a greve, muitos estão em processo de reposição, e não puderam acompanhar os debates.
Ainda, sobre os trabalhadores/as em educação, na meta 19, no item 21.1, está sendo proposta emenda para que o recurso do pré-sal, que deverá ir para a educação, sirva também para a valorização salarial dos professores/as, Plano de Carreira decente, implantação da educação integral e o incentivo à dedicação exclusiva, para que os/as trabalhadores/as criem vínculos mais fortes com a escola.
 
 

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