(Texto:
Marcelo Espinoza - Foto: Miriam Zomer/Agência AL)
Ato
na Assembleia marcou relançamento da frente parlamentar e apresentação de
campanha mundial. FOTO: Miriam Zomer/Agência AL
A
Assembleia Legislativa relançou, na noite desta quarta-feira (26), a Frente
Parlamentar dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres. O evento,
realizado no Plenarinho Deputado Paulo Stuart Wright, também marcou o
lançamento, em Santa Catarina, da campanha #ElesporElas (#HeForShe), promovida
pela ONU Mulheres em todo mundo.
O
objetivo principal da frente parlamentar, criada pelo Parlamento em 2013, é o
mesmo da campanha da ONU: envolver os homens, desde a infância, no combate à
desigualdade, à discriminação e principalmente à violência contra a mulher.
"A prevenção é fundamental nesse processo e por isso precisamos discutir
essa questão nas escolas, ensinar os meninos que não se bate em mulher",
afirmou a assessora da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) da
Presidência da República, Eliana Graça, que participou do ato.
A
educação também é considerada um fator essencial para o fim da violência contra
a mulher, na visão da representante da consultora-sênior ONU Mulheres Brasil,
Júnia Puglia. Ela apresentou a campanha #ElesporElas, idealizada pela
Secretaria-Geral da ONU, e que já conta com a adesão de várias personalidades e
autoridades no Brasil e no mundo. "Só a educação é capaz de promover uma
mudança cultural, e sem essa mudança nunca poderemos eliminar a
violência", disse.
A
presidenta do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Santa Catarina
(Cedim-SC), Sheila Sabag, destacou a necessidade de políticas públicas para o
enfrentamento da violência e da desigualdade contra a mulher. No entanto, para
que esse trabalho seja eficiente, ela afirma que o poder público deve destinar
recursos e ouvir a população na elaboração das políticas públicas.
“Reforçamos
a importância do engajamento dos homens de Santa Catarina no enfrentamento à
violência e a todas as formas de discriminação contra a mulher”, afirma a
presidenta do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Santa Catarina
(CEDIM-SC), Sheila Sabag, integrante da Rede Feminista de Saúde, Direitos
Sexuais e Reprodutivos e da Casa da Mulher Catarina. Em carta enviada à ONU
Mulheres, Sheila cita os cinco municípios catarinenses constantes no mapa com
mais incidência de crimes de feminicídio: Lages, Mafra, Criciúma, Balneário
Camboriú e Chapecó.
Mobilização
O
presidente da frente parlamentar, deputado Padre Pedro Baldissera (PT), lembrou
que Santa Catarina está entre os estados com os maiores índices de violência
contra a mulher. "É algo que envergonha a nós, homens, e a toda sociedade
catarinense", afirmou. "Nós, homens, temos a responsabilidade de
enfrentar essa situação, não podemos nos omitir à violência, à discriminação
contra a mulher."
O
parlamentar afirmou que um grupo de trabalho, criado em conjunto com a frente,
vai mobilizar os municípios catarinenses, em especial às câmaras de vereadores,
a criarem suas frentes de combate à violência contra a mulher. "Vamos
multiplicar esse debate, percorrendo o interior do estado, e mudar essa triste
realidade", disse Padre Pedro.
A
iniciativa contará com apoio do governo estadual, por meio da Coordenadoria
Estadual da Mulher (CEM). "Queremos ser parceiros nesse trabalho nos
municípios. É os municípios que as coisas acontecem e é lá que temos que estar
presentes para levar essa discussão", afirmou a coordenadora Célia
Fernandes.
Um
computador ficou à disposição para que os homens que participaram do ato
aderissem à campanha #ElesporElas. Mais informações podem ser obtidas no site
da campanha e na página da ONU Mulheres Brasil.
Participaram do ato desta quarta-feira os
deputados Luciane Carminatti (PT) e Mário Marcondes; o secretário-adjunto da
Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação (SST), Arnaldo
Zimmermann; os vereadores Lino Peres (Florianópolis) e Ricardo Pelegrinello
(Caçador), e o chefe de gabinete da deputada Ana Paula Lima (PT), Erlédio
Pering.
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