Mais
de 200 pessoas ficaram feridas, sendo que oito em estado grave, durante mais um
episódio de repressão da polícia do Paraná a professores da rede estadual de
ensino, que estão em greve e acampados no Centro Cívico desde segunda-feira 27.
Treze pessoas foram presas, segundo a Secretaria de Segurança Pública.
A
ofensiva ocorre em frente à Assembleia Legislativa, onde, segundo o sindicatos
dos professores, 20.000 pessoas
protestavam contra as mudanças na previdência para os servidores do Estado. A
Polícia Militar foi escalada pelo governador Carlos Alberto Richa (PSDB) para
impedir a entrada dos manifestantes na Assembleia, onde ocorre a votação. Há
informações de fontes extraoficiais de que mais de 50 policiais militares que
participaram da ação teriam se recusado a disparar contra manifestantes. Esse
grupo estaria passando por processo de exoneração. Durante a semana, vários
policiais, anonimamente, expressaram indignação com o pedido do governador Beto
Richa (PSDB) com relação ao contingente de 1.500 policiais deslocados para
proteger a Assembleia, número maior do que o disponível na própria cidade
habitualmente.
O
cenário de guerra começou perto das 15 horas, quando manifestantes, aos gritos
de “sem violência” e “ei, polícia, prende o Beto Richa” começaram a forçar
grades que faziam o isolamento da Assembleia, enquanto os deputados estaduais
começarm a a sessão para votar o projeto de lei que altera a Paraná
Previdência, e que, segundo os professores, acarretaria perda de benefícios.
Agressões com cacetete e jatos de spray de pimenta foram registrados. Alguns
dos atingidos revidaram contra a polícia, atirando copos de água vazios. A
resposta veio com uso de bombas e balas de borracha, que continuaram a ser
lançados de forma ininterrupta durante mais de uma hora. Uma creche localizada
na região foi atingida, e funcionários e crianças presentes precisaram ser
retirados às pressas.
O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT),
informou, pelo Twitter, que a prefeitura foi evacuada, para atender aos feridos,
que também estão recebendo os primeiros socorros no Tribunal de Justiça. Seis
escolas que ficam na região suspenderam as aulas. "Parece uma praça de
guerra!", escreveu Fruet, que faz oposição ao governo estadual, na rede
social. Segundo ele, 34 pessoas foram encaminhadas ao hospital e mais de 100
foram atendidas. Ambulâncias não foram suficientes para o atendimento e a
Guarda Municipal foi acionada para auxiliar os feridos. (El País/Brasil)
Gravação
mostra o momento em que os manifestantes derrubam as grades posicionadas para
isolar a Assembleia Legislativa do Paraná. Policiais reagem com bombas (Germano
Assad / Fabio Tissot):
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