Ocupações na ALESC e
SED fazem a diferença na mobilização dos professores de SC
Professores
continuam acampados pela não retirada de direitos
Em
busca de uma negociação com o governo, professores/as passam frio, encaram
vento, noites ao relento, dormindo no chão. Essa é a atual situação vivida por
profissionais acampados na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, há mais de
10 dias, e na área externa da Secretaria da Educação (SED), desde a última
quarta-feira (6), em Florianópolis. A categoria não desocupará os espaço,s sem
uma garantia de que o governo cumprirá a negociação. Cerca de 60 pessoas ocupam
a Alesc e 30 estão na SED.
Professor João Gabriel |
O
professor João Gabriel Rempel, de Pinhalzinho, no oeste do Estado, está
acampado pela segunda vez em frente à SED. Em 2011, ele também estava no
movimento, mas não foram atendidos pelo governo, que prometeu negociar, após o
fim da greve e não cumpriu. “Estamos aqui pedindo exatamente as mesmas coisas
de 2011. O acampamento é marcante, as condições que vivemos aqui são extremas,
enfrentamos vento forte e o frio, tudo isso para a sociedade perceba que a
educação pede socorro”, diz.
Professora Zigue |
As
seis mulheres que estão no acampamento da SED contam apenas com banheiros
químicos, e sem conforto, como é o caso da professora Zigue Timm, de Chapecó.
“Essa ação de montar acampamento é para dar visibilidade ao movimento, as
pessoas passam na rua e falam com a gente, isso é bacana. Não temos conforto,
estamos longe de casa, da nossa família, mas vamos resistir, nós não sairemos
daqui sem o governo nos garantir que não vai retirar nossos direitos
conquistados com lutas ao longo de anos. O momento é de luta, aqui todo mundo
coopera, uns trazem pão, outros usam a criatividade para fazer cartazes”, conta
Zigue.
Professora Janine |
Na
Alesc, o grupo de 60 pessoas se espalha pelo hall de entrada, com seus colchões
e sacos de dormir. Lá, eles promovem debates, atividades culturais e palestras,
em clima amigável e descontraído. A professora Janine Steckert, de Sombrio,
está em greve desde o dia 24 de março. Ela conta que, até o início desta semana,
estava na sua cidade, apenas participando de atos regionais, mas, ao ver a luta
dos companheiros, ela resolveu que deveria se juntar a eles. “Quando cheguei
aqui (na Alesc), eu fiquei com medo, me senti mal, ao ver todos aqueles
colchões no chão, meus colegas dormindo ali, os funcionários da Casa passando
por nós, e fingindo que não estávamos ali. É duro isso. O professor segura
tanta coisa dentro de uma escola, tantas dificuldades, e eu acabei me
acostumando com isso, mas agora estou bem”, relata a professora Janine.
Professor Gerson |
O
professor Gerson Luiz Caldeira, de Florianópolis, está entre os acampados na Alesc.
Ele pretende não deixar seu posto, enquanto não começarem as negociações. “Não
é fácil estar aqui, ninguém quer sair do conforto de seu lar, para dormir no
chão, em colchão inflável, mas viemos reivindicar nossos direitos, e não
levantaremos acampamento, enquanto o governo não nos der garantias de
negociação. Estou há 26 anos no magistério, e todas as nossas conquistas foram
com lutas e greve. Até o nosso vale refeição, conquistamos com luta”, explica.
Se
hoje está sendo possível uma reabertura de negociações com o governo do Estado,
que, até então, permanecia na sua posição de não abrir as portas para a
categoria paralisada, é por conta dos atos de coragem e determinação do
magistério, por todo o Estado, em suas manifestações, passeatas, atos públicos,
pressão em frente às GEREDs, na ‘cola’ do governador, por onde passa, e, claro,
as ocupações, que se tornaram imprescindíveis, na esperança da negociação de
uma carreira digna para os trabalhadores/as em educação de SC. Continuamos na luta, por nossos direitos!
#grevesemmedo
Nenhum comentário:
Postar um comentário