Trabalhadores em
Educação ocupam o Congresso Nacional
Nesta
quarta-feira (04/12), a partir das 10 horas, trabalhadores em Educação de todo
o país vão ocupar o Congresso Nacional, em protesto à proposta dos governadores
de redução do piso salarial. A campanha ‘Piso dos Professores(as): deputado(a),
estamos de olho no seu voto! Vote contra o INPC. Vote contra a proposta dos
governadores!’ foi criada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da
Educação (CNTE) para pressionar os deputados federais para que não votem contra
os interesses da categoria. Como parte da ação, cerca de 2 mil pessoas vão
ocupar a Câmara dos Deputados neste dia 4 de dezembro.
Os
trabalhadores pedem apoio dos parlamentares, na defesa pela valorização
profissional. A proposta dos governadores prevê congelamento do piso do
magistério, através da instituição do INPC como política de reajuste, e rebaixa
sobremaneira a previsão de valorização do piso e das carreiras do magistério em
todo país.
Após
cinco anos de vigência da Lei 11.738, o piso do magistério corresponde à
quantia de pouco mais de dois salários mínimos. Muitos gestores continuam
descumprindo a Lei, não por escassez de recursos como costumam alegar – pois em
muitos casos as verbas constitucionalmente vinculadas à Educação nem são
utilizadas em sua totalidade –, mas por total descompasso na organização dos
sistemas de ensino, por desvios de função das receitas educacionais e/ou por
manter o fosso salarial entre carreiras de servidores públicos, onde geralmente
a educação permanece entre as últimas colocadas.
A
valoração do piso nacional do magistério é uma das condições essenciais para
manter os atuais docentes nas redes de ensino, bem como para atrair a juventude
para a profissão. O Brasil já enfrenta falta de professores em inúmeras áreas,
e o problema tende a se agravar caso não se invista imediatamente na profissão,
valorizando a carreira docente e dos demais trabalhadores escolares, promovendo
a formação inicial e continuada com qualidade e garantindo condições de
trabalho dignas e adequadas ao aprendizado dos estudantes.
Roberto
Leão, presidente da CNTE, destaca que a proposta dos governadores é “uma
maquiagem que apresenta ganho real mínimo e é totalmente contrária ao espírito
da lei do piso, que é de valorização dos trabalhadores de educação, no caso, os
professores. Não vamos tolerar nenhum golpe contra a política do piso salarial
nacional, prioritária nos palanques eleitorais mas pouco prestigiada em sua
concretude. Não haverá educação de qualidade no Brasil, enquanto não houver a
valorização dos seus trabalhadores em educação”.
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